QUANDO O ESPIRITISMO CHEGOU A VITÓRIA DA CONQUISTA

Ernesto Dantas Barbosa

Ernesto Dantas Barbosa

A Doutrina Espírita, surgida na França em 1857 quando Allan Kardec publicou O Livro dos Espíritos, ditado por uma plêiade de Espíritos Superiores através de diversos médiuns, começou no Brasil em 1865, em Salvador (BA), quando o jornalista e professor Luís Olimpio Teles de Menezes fundou a primeira instituição espírita do país: o Grupo Familiar de Espiritismo. E chegou a Vitória da Conquista por volta de 1880, trazida pelo Professor Ernesto Dantas, que veio transferido da cidade de Caetité (BA), onde nasceu entre 1850 e 1855, e aqui criou um grupo de estudos com o Coronel Francisco Andrade, em sua residência na Fazenda Jequitibá. Em 1906, juntamente com o Dr. João Dantas Barreto e com o farmacêutico César Vieira de Andrade, dentre outros, fundaram oficialmente a primeira instituição espírita da cidade, o Centro Espírita Conquistense, que representava a congregação dos mais de sessenta grupos espíritas existentes então, que envolviam trezentas famílias e cerca de duas mil pessoas, segundo artigo do jornalista Bemvenuto Raymundo Carneiro publicado em agosto daquele ano.

Filarmônica Espírita Aurora

A Filarmônica Espírita Aurora, fundada por Ernesto Dantas, que marcou época, em foto de 1909.

Na época o Prof. Ernesto Dantas fundou também na Fazenda Jequitibá uma escola, criou a Filarmônica Espírita Aurora e deu início a uma tipografia com o objetivo de publicar uma gazeta quinzenal. É considerado o primeiro jornalista de Vitória da Conquista.

Ernesto Dantas Barbosa, que não possuía diploma universitário, era poliglota, falava e escrevia fluentemente o inglês, francês, italiano, espanhol e latim. Recebeu a patente de Coronel da Guarda Nacional. Exerceu por longos anos as atividades de educador, músico, escritor, possuindo largo conhecimento nas áreas de astronomia, geografia e história universal, vindo a desencarnar em 1921. Em 1954 o então Prefeito Edvaldo Flores, também espírita, prestou homenagem ao Prof. Ernesto Dantas dando o seu nome a uma das ruas centrais de nossa cidade.

Francisco Andrade

Coronel Francisco Andrade

Francisco Soares de Andrade, conhecido como Coronel Chicão (por ter 1,80m de altura), foi quem se juntou ao Prof. Ernesto Dantas quando este chegou a Vitória da Conquista em 1890 e organizaram o primeiro grupo de estudos espíritas da cidade. Ele fundou em Conquista o jornal espírita “Radiograma Celeste”. Instalou nesta cidade, em 1921, o “Instituto de Proteção à Infância”, para abrigar meninos filhos de pais pobres, conforme o jornal “A Notícia”, edição de 19 de julho de 1926.

Exerceu por longos anos o cargo de Oficial do Registro de Imóveis e Hipotecas desta Comarca. Foi presidente do Conselho Municipal (atual Câmara de Vereadores) e neste cargo assumiu o de Intendente (atual prefeito) em maio de 1896, substituindo eventualmente o titular Lima Guerra.

O farmacêutico César Vieira de Andrade, um dos Fundadores do pioneiro Centro Espírita Conquistense, em 1906.

O farmacêutico César Vieira de Andrade, um dos Fundadores do pioneiro Centro Espírita Conquistense, em 1906.

Escreveu uma novela espírita intitulada “Adélia”, que não chegou a ser impressa, mas teve alguns capítulos publicados no jornal “O Combate”.  Desencarnou em 17 de dezembro de 1944. Seu nome foi dado à rua onde está situado o prédio do Centro Espírita Humberto de Campos, fundado em 1939.

 


 

Coronel Paulino Fonseca

Coronel Paulino Fonseca

Paulino Fonseca, eleito intendente de Conquista no dia 11 de novembro de 1921, tomou posse em 1º de janeiro de 1922, renunciando ao cargo em 20 de setembro do mesmo ano “por questão de coerência com os seus princípios e consigo mesmo e por não se submeter às exigências dos companheiros políticos…”

Era neto do Alferes de Ordenanças João José de Sousa Fonseca, homem de confiança do Capitão Antônio Dias Miranda, filho do Coronel João Gonçalves da Costa, o fundador de Vitória da Conquista.

O Coronel Paulino Fonseca foi um dos grandes trabalhadores espíritas da primeira metade do século XX, sendo um dos fundadores do Centro Espírita Humberto de Campos em 1939, do qual foi presidente por diversas vezes.

Foto: http://tabernadahistoriavc.com.br/


 

Alziro Prates

Alziro Prates

Alziro Prates, irmão mais velho de Alfredo “Filó” Prates Filho, nasceu em 26 de março de 1886. Foi um dos fundadores do Centro Espírita Humberto de Campos, do qual foi presidente várias vezes, e da UEVC. Foi membro do Conselho Municipal (atual Câmara Municipal de Vereadores), Coletor Estadual e Chefe de Recebedoria de Rendas do Estado nesta região. Fundou três jornais em Conquista. Era médium de psicofonia e tornou-se espírita, juntamente com seus pais Alfredo Prates e Joana Fernandes de Oliveira Prates, ouvindo as preleções do Prof. Ernesto Dantas que os deixavam maravilhados. Foi um ativo trabalhador do movimento espírita.

No dia 13 de março de 1959, na reunião de posse da nova diretoria da UEVC, Alziro Prates, presidente da assembleia, ia iniciar as atividades quando viu aproximar-se o Espírito Crescêncio Silveira, médico humanitário conquistense e ex-prefeito da cidade. Através dele, o Espírito transmitiu uma bela mensagem psicofônica parabenizando a todos pelos trabalhos realizados e rogando a Jesus para que, também ele, pudesse tornar-se um trabalhador do Espiritismo em Vitória da Conquista.

Alziro desencarnou em 10 de dezembro de 1960. Hoje há uma rua na cidade com seu nome.


 

Olímpio Benício dos Santos

Olímpio Benício dos Santos

Olímpio Benício dos Santos nasceu no dia 7 de maio de 1903 em Sergipe. Formado em Odontologia em 1926, veio para Vitória da Conquista no ano seguinte (1927) e aqui encontrou uma cidade carente de iluminação pública. Como era mecânico eletricista amador, fundou uma “Usina Elétrica”, com motores movidos a gasogênio, por ele próprio fabricados, sendo o pioneiro desse sistema de energia nesta cidade, na década de 1930.Instalou, então, com Ivo Freire d’Aguiar, a “Empresa de Energia Elétrica de Conquista”.

O decreto presidencial nº 40.135, de 16 de outubro de 1956, assinado pelo presidente Kubitschek, transferiu a concessão da firma “Olímpio Benício & Cia.” para o Município de Vitória da Conquista, sendo criado pelo prefeito o Departamento Municipal de Energia Elétrica, com o Dr. Benício na sua direção. Em 1963 o prefeito J. Pedral Sampaio transferiu o Departamento para a Coelba.

Olímpio Benício dos Santos

Dr. Olímpio na formatura de sua filha Consuelo

Grande trabalhador espírita foi um dos fundadores do Centro Espírita Humberto de Campos em 1939, do qual foi presidente várias vezes, e da UEVC. Foi membro da Loja Maçônica “Fraternidade Conquistense”.

Dr. Olímpio, que foi homenageado com uma rua em seu nome,desencarnou no dia 16 de junho de 1978.

 

 

 

 

 

 


 

Filó Prates

Filó Prates

Alfredo Prates Filho nasceu no dia 6 de agosto de 1908, na fazenda Bem Querer, onde hoje se localiza um conjunto residencial com o mesmo nome. Filho de Alfredo Prates, fazendeiro e delegado de Vitória da Conquista, e de Dona Joana Fernandes de Oliveira Prates, era o 11º dos 12 filhos do casal.
Filó participou ativamente dos movimentos culturais existentes em Conquista. Casou-se com Maria Madalena,que desencarnou em 30 de outubro de 1994. Tiveram 12 filhos. Conheceu a Doutrina Espírita por meio dos pais e do irmão Alziro Prates. Filó Prates, como era conhecido, foi um dos fundadores do Centro Espírita Humberto de Campos e da UEVC, instituição da qual foi presidente em 1968, 1969 e 1971 e presidente de honra até a sua desencarnação. Foi um dos fundadores também da Semana Espírita de Vitória da Conquista. Fundou a primeira juventude espírita da cidade – a Mocidade Espírita Filhos de Maria, na década de 1950, com a ajuda de Leopoldo Machado. A comemoração do seu centenário de nascimento, organizado pela UEVC, foi uma grande festa que aconteceu em 6 de agosto de 2008 no Centro Espírita Humberto de Campos, com a presença de todas as casas espíritas de Vitória da Conquista. Desencarnou no dia 8 de junho de 2009, serenamente, dois meses antes de completar 101 anos de idade.


Coronel Florentino Mendes de Andrade

Coronel Florentino Mendes de Andrade

Crédito da Foto: sítio http://tabernadahistoriavc.com.br/

O Coronel Florentino Mendes de Andrade era filho de Manoel Januário de Andrade e de  Luzia Mendes Gusmão de Andrade, que era da 6ª geração de descendentes de João Gonçalves da Costa, o fundador de Vitória da Conquista. Ele foi delegado de polícia em Jequié e Vitória da Conquista e governou esta cidade de 20 de maio de 1936 até 20 de novembro de 1937, quando foi obrigado a renunciar após o golpe de estado dado pelo Presidente Getúlio Vargas.
Florentino fazia reuniões espíritas em sua residência e em janeiro de 1958 a diretoria do Centro Espírita Humberto de Campos ofereceu a sua sede para ele realizar as suas atividades. Naquele período foi convidado por um Espírito que se comunicava através dele psicofonicamente para fundar uma nova casa espírita na cidade, o que ele o fez em 1959, juntamente com Carlos de Oliveira Guimarães, professor e contabilista, e Dr. João Gustavo dos Santos, advogado, que foi um dos fundadores da UEVC.  O Espírito, que era chamado de Antônio Cruz, não quis identificar-se por ter sido uma personalidade histórica conhecida. O Coronel Florentino Mendes trabalhou no Centro Espírita Antônio Cruz por longo tempo. Após sua saída, Carlos de Oliveira Guimarães prosseguiu dirigindo as atividades da Casa por muitos anos. Florentino desencarnou em Salvador em 21 de junho de 1982.

Carlos Guimarães, que desencarnou em 18 de novembro de 2009.

Carlos Guimarães, que desencarnou em 18 de novembro de 2009.


Gildete Viana Andrade

Gildete Viana Andrade

Gildete Viana de Andrade nasceu em 03 de março de 1928. Graduou-se em Direito. Participou ativamente do movimento espírita conquistense. Fez parte da fundação da UEVC e da Semana Espírita de Vitória da Conquista. Foi diretor do Centro Espírita Humberto de Campos por vários anos e presidente da primeira juventude espírita da cidade, fundada por Filó Prates. Foi presidente da Aliança Regional Espírita 10 – ARE-10 (atual CR-10) da Federação Espírita do Estado da Bahia por várias gestões e contribuiu para fundar diversas instituições espíritas na região. Foi ele quem levou Caboclinho, que estava num processo obsessivo após a eclosão de sua mediunidade, para o Centro Espírita Humberto de Campos. Desencarnou em 06 de abril de 1984.


Elísio da Rocha Dórea

Elísio da Rocha Dórea

Elísio da Rocha Dórea foi o primeiro presidente da UEVC, após sua fundação oficial. Era muito conhecido por sua generosidade e entusiasmo. Gerente do Banco do Brasil, em 1954 deixou o movimento espírita conquistense, quando foi transferido para a agência de Feira de Santana. Na nova cidade fundou uma casa espírita e um lar para idosos. Em todas as cidades em que morava fundava uma instituição espírita e deixava um relevante trabalho de amparo social. Na foto acima, flagrante de uma Semana Espírita no Centro Espírita Humberto de Campos. À esquerda, o Dr. Élzio Ferreira de Souza, palestrante e promotor de justiça, leitor voraz, possuidor de grande cultura, que desencarnou em 2006 em Salvador, aos 80 anos. No centro, em pé, o Dr. Luiz Barreto. Em 1973 Dórea fundou em Salvador (última cidade onde trabalhou), juntamente com sua esposa Janete, o Grupo da Fraternidade Leopoldo Machado. Desencarnou em 14 de março de 1985.


Zoroastro Pinto em 10 de outubro de 1919.

Zoroastro Pinto em 10 de outubro de 1919.

Zoroastro Augusto Pinto, comerciante, dono da “Casa Cipreste” (situada na Alameda Lima Guerra e fundada em 6 de julho de 1930), nasceu em Ituaçu a 5 de janeiro de 1900. Foi viajante comercial de 1919 a 1926, ano em que foi residir em Salvador, como sócio da firma comercial “Vieira Pinto & Cia”. Voltou para Vitória da Conquista em 1929, já casado. Participou da fundação do Centro Espírita Humberto de Campos em 1939, onde atuou por longos anos. Foi um dos fundadores da União Espírita de Vitória da Conquista, desde as primeiras reuniões em 1951 e fez parte da sua primeira diretoria. Participou também do Centro Espírita Antônio Cruz. Zoroastro Pinto desencarnou em 2 de fevereiro de 1991.

Zoroastro Pinto

Zoroastro Pinto


Luis Barreto Vieira, foto da 59ª Semana Espírita.

Luis Barreto Vieira, foto da 59ª Semana Espírita.

Luiz Barreto Vieira, nascido no Ceará,chegou a Vitória da Conquista em 1952, recém-formado em oftalmologia. Católico praticante, naquele mesmo ano presenciou um fenômeno de materialização em Governador Valadares por intermédio do médium Costa Freitas, que abalou suas convicções e o fez interessar-se pela Doutrina Espírita. Começou a frequentar o Grupo Espírita Filhos de Maria, presidido por Filó. Em 1953 fundou oficialmente a União Espírita de Vitória da Conquista, juntamente com outros companheiros. Em 1954 ajudou a criar a 1ª Semana Espírita de Vitória da Conquista, da qual foi o palestrante do primeiro dia. Participou ativamente do movimento espírita conquistense, especialmente do Centro Espírita Humberto de Campos e da UEVC, que ajudou a consolidar com o seu dinamismo, fazendo parte de sua diretoria desde sua fundação até a sua transferência para Salvador em março de 1969, sendo seu presidente nos anos de 1955, 1956, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964 e 1967. Contribuiu decisivamente para a reforma e ampliação da sede atual do Centro Espírita Humberto de Campos nos anos de 1958 a 1960, bem como para a construção da primeira sede do Abrigo Nosso Lar. Reside em Salvador até hoje onde preside o Centro Espírita Casa de Tio Hormindo. Foi eleito em 2013 Presidente de Honra Vitalício da União Espírita de Vitória da Conquista, por unanimidade, por seus relevantes serviços prestados à causa espírita em nossa cidade.


Aloysio Pereira da Silva

Aloysio Pereira da Silva

Aloysio Pereira da Silva nasceu em Aracaju no dia 10 de dezembro de 1916. Chegou a Vitória da Conquista no dia 8 de junho de 1957, aqui instalando uma farmácia na Praça da Bandeira. Foi professor do Colégio Comercial Edvaldo Flores e colaborador dos jornais “Tribuna do Café”, “O Jornal de Conquista” e “Correio da Imprensa”. Participou da fundação do Abrigo Nosso Lar, do qual foi diretor. Foi presidente do Centro Espírita Humberto de Campos onde implantou na década de 1950 um estudo sistematizado da obra kardequiana; foi presidente da União Espírita de Vitória da Conquista em 1970. Militou também no Centro Espírita Antônio Cruz de onde saiu para fundar o Centro de Estudos Espíritas Fabiano de Cristo, com a principal finalidade de implantar o estudo sistematizado da Doutrina Espírita. Participou várias vezes como palestrante da Semana Espírita. Desencarnou em 31 de dezembro de 1997.


José Oliveira Lima e sua esposa Lígia

José Oliveira Lima e sua esposa Lígia

José Oliveira Lima nasceu em Mundo Novo em 14 de junho de 1927. Chegou a Vitória da Conquista em 1972, tendo nesta cidade desempenhado importante papel em seu desenvolvimento econômico e social. Como gerente do Banco do Brasil, proporcionou linhas de financiamento para os pequenos, médios e grandes comerciantes locais. Foi um dos principais responsáveis pela consolidação do polo cafeeiro na região. A “Laticínio Vitória da Conquista S/A” (Lavisa) surgiu por sua iniciativa, o que dotou a região na época da produção de leite de qualidade, pasteurizado, no Distrito Industrial dos Imborés. A Lavisa, mais tarde, foi comprada pela Parmalat. “A história de Conquista tem duas fases, antes e depois do Sr. Lima”– disse, quando era Prefeito de Vitória da Conquista, o Sr. Hélio Ribeiro.
Nas várias cidades em que morou por força da sua função no Banco do Brasil, realizou muitos projetos sociais.

Em Vitória da Conquista participou ativamente do movimento Espírita, sendo três vezes presidente do Centro Espírita Humberto de Campos, onde montou uma gráfica, e tesoureiro da União Espírita de Vitória da Conquista. Trabalhou ativamente na Semana Espírita de Vitória da Conquista. Criou e lançou o jornal esperantista “La Konsolanto”. Criou também o jornal Oásis em 1986, que circula até hoje. José Oliveira Lima, que foi homenageado pelo poder público com uma rua em seu nome, desencarnou em 8 de novembro de 1987.


Dalva Flores

Dalva Flores

Maria Dalva Ferreira Flores Costa nasceu em 21 de dezembro de 1929, na fazenda “Riacho de Areia”, Município de Vitória da Conquista. Era filha de Olívia Ferreira Flores, que exerceu forte influência política e social na cidade nas décadas de 1950 e 1960. Em 1941 seus pais mudaram-separa Vitória da Conquista. Estudou no “Ginásio de Conquista” e completou seus estudos em Salvador. Casou-se no dia 23 de novembro de 1953, no fórum Ruy Barbosa, em Salvador, com o representante comercial alagoano, Ludovico Costa Neto, de 42 anos de idade, com o qual teve quatro filhos. Fez parte da diretoria da UEVC e foi dedicada diretora do Abrigo Nosso Lar por mais de quatro décadas, até quando a saúde lhe permitiu. Dizia sempre que a “vida só vale a pena ser vivida, na medida em que você a usa em benefício do amor ao próximo”. D. Dalva, que também foi homenageada com uma rua em seu nome no Bairro Candeias, desencarnou no dia 9 de agosto de 2006.

D. Dalva ao lado de netos na 52ª Semana Espírita

D. Dalva ao lado de netos na 52ª Semana Espírita


Saul Quadros

Saul Quadros

Saul Venâncio de Quadros nasceu em 1º de outubro de 1918 no município de Santo Antônio de Jesus-BA.   Foi o 14º dos 16 filhos de João Francisco de Quadros e Emília Venâncio de Almeida Quadros. Conheceu a Doutrina Espírita ainda na juventude. Casou-se com D. Maria Luíza em 16 de janeiro de 1941 e tiveram três filhos: Saul, Nelson e Ruy Quadros. Pecuarista, viveu longos anos em Nanuque-MG, mudando-se depois para o Rio de Janeiro, onde morou durante alguns anos. No final da década de 1970 mudou-se para Vitória da Conquista, integrando-se ao movimento espírita local, tendo sido presidente do Centro Espírita Humberto de Campos várias vezes, diretor da UEVC e diretor do Abrigo Nosso Lar. Fundou a Casa de Repouso Francisco de Assis, que funcionou durante quatorze anos, destinada a atender pessoas envolvidas em processos obsessivos. Psicografou cinco livros de mensagens. Sempre bem-humorado, cumprimentava a todos com a expressão Salve, Salve! Em janeiro de 2007 recebeu uma mensagem de seu mentor espiritual, dizendo que se preparasse porque sua tarefa estava terminada. Em fevereiro começou a sentir uma pequena dor, que foi se agravando e em 24 de março de 2007, um mês após, deixou seu corpo físico, retornando tranquilamente ao mundo espiritual.


Anísio de Brito Neves

Anísio de Brito Neves

Anísio de Brito Neves chegou a Vitória da Conquista em 1978. Foi presidente da UEVC de 1981 a 1988, tendo sido um incansável divulgador da mensagem espírita na cidade e região, e um grande trabalhador da Semana Espírita de Vitória da Conquista. Foi na sua gestão que o evento saiu da casa espírita pela primeira vez e foi para um espaço neutro, o antigo Cine Glória, em 1987 na 33ª edição.  Anísio fundou em 1984 mais um departamento social da UEVC – o Lar da Criança Meimei, que hoje atende a 180 crianças carentes, no Bairro Kadija. Em dezembro de 1988 ele mudou-se para a cidade de São Paulo onde viveu até a sua desencarnação em 24 de março de 2012.


Ariosvaldo Souto de Oliveira ou Caboclinho

Ariosvaldo Souto de Oliveira ou Caboclinho

Ariosvaldo Souto de Oliveira ou Caboclinho como era conhecido, nasceu em 11 de maio de 1932, em Vitória da Conquista, filho de Maximiano Ferreira de Oliveira e de Maria Santos Muniz. Foi o primeiro de treze irmãos. Era alfaiate e não se casou, mas tornou-se arrimo de família e adotou três crianças. Tornou-se espírita aos 18 anos quando sua mediunidade eclodiu e Gildete Viana o levou para o Centro Espírita Humberto de Campos, onde fez parte da mocidade espírita e trabalhou na Casa até a sua desencarnação.  Participou várias vezes da diretoria da UEVC. Ficou muito conhecido por sua ação caritativa na cidade. Costumava recolher mendigos nas ruas de Conquista e levá-los para o Centro Espírita Humberto de Campos, onde lhes dava banho, alimentação e cuidava de suas chagas. A caravana de Rondônia que vem para as Semanas Espíritas há vários anos, construiu um albergue na cidade de Pimenta Bueno com seu nome. Desencarnou em 17 de abril de 1992. Em setembro daquele ano, na Semana Espírita, Divaldo Franco relatou sua presença no evento, muito alegre, contando como foi recebido no mundo espiritual por aqueles a quem havia servido na Terra.


mariadagmar

Maria Dagmar da Silva Ferreira nasceu no dia …………………………. em Guanambi-BA e mudou-se para Vitória da Conquista em ………………….. onde casou-se e teve seis filhos. Graduou-se em Direito e foi Oficial do Cartório do Registro Civil, onde trabalhou até a sua aposentadoria. Escritora e poeta foi membro da Academia Conquistense de Letras.
Humanitária e extremamente solidária, ajudou milhares de pessoas que a procuravam no Cartório para resolverem dificuldades atinentes ao ofício ou fora dele. Foi o sustentáculo moral de sua numerosa família, envolvendo irmãos, parentes, filhos e netos, que nutriam por ela grande veneração.
Ativa trabalhadora do movimento espírita conquistense foi secretária da UEVC por muitos anos e trabalhou no Centro Espírita Humberto de Campos até os seus últimos dias, onde exerceu vários mandatos na diretoria, inclusive a presidência, dedicando-se com carinho à tarefa da evangelização infantil e da promoção social.
Dag, como era carinhosamente chamada, desencarnou em fevereiro de 2010, deixando numerosos amigos nesta sua rica passagem pela Terra.


Outros Personagens que muito contribuíram para a história do movimento espírita conquistense:

Francisco Joaquim Bastos

Francisco Joaquim Bastos (primeiro presidente do Centro Espírita Humberto de Campos, em 1939)

Em um trabalho da  historiadora Napolitana Pereira Santana, publicado pela UESB, há uma citação do nome de Francisco Joaquim Bastos, casado com D. Anísia Teixeira, como vendedor de uma fazenda para Antônio de Souza Spínola, na região de Bom Jesus da Lapa, em 1912. Possivelmente, de lá mudou-se para Caetité, onde exerceu a profissão de odontólogo e foi Prefeito da cidade por dois mandatos: 1928-1929 e 1930-1931. Provavelmente, pouco tempo depois, deve ter-se mudado para Vitória da Conquista, pois em 1939 participou da fundação do Centro Espírita Humberto de Campos, do qual foi seu primeiro presidente.


  • Antonino Meira Lessa
  • Arthur Guimarães
  • Cid Ladeia David
  • Djalma Alves Rocha
  • Fernando Luiz Flores dos Santos
  • Gerson Menezes
  • Guilherme Almeida e Silva
  • Joaquim Viana de Andrade
  • Lívio Guimarães Ladeia
  • Naason Carvalho Silva
  • Oscar de Amorim Melo
  • Paulino Fonseca
  • Pedro Prates
  • E muitos outros…

4º Congresso Espírita da Bahia aconteceu em Vitória da Conquista

4º congresso espírita da bahia

Nestor Mazotti, Joaquim Vilaça, Cecília Paiva, Francisco Bispo e Naason Carvalho, na abertura do 4º Congresso Espírita da Bahia no Centro Espírita Humberto de Campos, em Vitória da Conquista, no dia 7 de setembro de 1978.

Instalado às 20 horas do dia 7 de setembro de 1978 e encerrado às 12 horas do dia 10, o 4º CONGRESSO ESPÍRITA DA BAHIA, que aconteceu em Vitória da Conquista, elaborou um importante documento que serviu de norte para o movimento espírita baiano. O evento teve sua abertura no Centro Espírita Humberto de Campos e transcorreu no Centro Integrado Navarro de Brito e Colégio Polivalente nos dias seguintes. Participaram 43 cidades do Estado da Bahia e 15 representantes das federativas estaduais da Paraíba, São Paulo (USE – Nestor Masotti), Ceará, Sergipe e Rio de Janeiro. A FEEB – Federação Espírita do Estado da Bahia, promotora do evento, participou com 24 representantes. O presidente do Congresso foi Francisco Bispo dos Anjos e o coordenador geral Jayme Batista dos Santos. A FEB – Federação Espírita Brasileira, participou com 2 representantes: Joaquim da Costa Vilaça e Maria Cecília Paiva, que ao final do Congresso psicografou uma mensagem de Bezerra de Menezes.

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Aspecto do público na abertura do 4º Congresso Espírita da Bahia


Artigo do jornalista Bemvenuto Raymundo Carneiro, publicado em agosto de 1906 na revista espírita, editada em Salvador-BA, referindo-se à fundação do primeiro Centro Espírita de Vitória da Conquista.

“Possuído dos maiores entusiasmos é que vamos noticiar a vida do Espiritismo na Cidade de Conquista, segundo informações que nos deu o ilustrado coronel e ativo fazendeiro Joaquim Correia de Melo (primeiro intendente de Conquista, de 1892 a 1895), cavalheiro que sobejas provas tem dado do seu talento e extraordinário mérito nos tribunais daquela cidade, exercendo a honrosa incumbência de advogado, no cargo de Intendente da Conquista, lugar que ocupado por quatro anos, logo que se proclamou a República, foi zeloso e patrioticamente desempenhado, deixando seu nome ligado à história de tão próspera quanto grandiosa cidade do Sertão da Bahia. Na cidade de Conquista, parece que tudo encantava. É de supor-se que tudo traduz liberdade, pois muito teria prosperado ali os princípios livres do pensamento…/ Organizou-se sob a presidência do Coronel Ernesto Dantas Barbosa, vice-presidência do Dr. João Dantas Barreto e secretariado pelo farmacêutico César Vieira de Andrade, o Centro Espírita Conquistense./ O Centro Espírita Conquistense representava a congregação de mais de sessenta grupos espíritas, onde se pratica o Espiritismo.” (Revista Espírita, ano XI, nº 8, Salvador – Bahia, agosto de 1906, págs. 116-117).


PRIMEIRA DIRETORIA DA UNIÃO ESPÍRITA DE VITÓRIA DA CONQUISTA

Presidente: Elísio da Rocha Dórea (Bancário)
Vice-Presidente: Luiz Barreto Vieira (Médico)
Procurador: João Gustavo dos Santos (Advogado)
Secretário-Geral: Isaías Viana de Andrade (Odontólogo)
1º Secretário: José Sátiro Santos Silva (Funcionário Público)
2º Secretário: Irênio dos Santos Silva (Fazendeiro)
1º Tesoureiro: Achilles Ferreira da Motta (Engenheiro Agrônomo)
2º Tesoureiro: João de Andrade Santos (Comerciante)

CONSELHO CONSULTIVO
Alziro Prates (Coletor Estadual)
Alfredo Prates Filho (Comerciante)
Raquel Correia Cunha (Doméstica)
Isaura Correia Andrade (Doméstica)
Zoroastro Augusto Pinto (Comerciante)

CONSELHO FISCAL
Olímpio Benício dos Santos (Odontólogo)
Enock Spínola Teixeira (Escrivão da Coletoria das Rendas Federais)
Edvaldo Correia dos Santos (Alfaiate)


Fontes de pesquisa: Arquivos da UEVC, Lúcia Loureiro, Revista Histórica de Conquista, FEEB/Testemunho da Imprensa e sítio http://tabernadahistoriavc.com.br